Insignificant

Nessa manhã tão gélida e um tanto quanto insignificante, acordei sem ter vontade de acordar. Tudo estava diferente na minha rotina... Eu já não sabia que caminho escolher - se é possível escolha...-. Meus sorrisos já haviam perdido o brilho. Aquele brilho que encantava todos que me olhavam... Meu olhar, que sempre passou entusiasmo, hoje demonstra o quanto sofro... E eu estou perdida nessa direção. Estou sem saber o que fazer. Qual lado dessa bifurcação devo seguir? Será que alguém se importa se optar pelo caminho da dor?

Noite.

Caiu a noite tão depressa. Estava olhando pela janela aquela chuva caindo e formando poças pela rua. O clima estava fresco e ao correr do tempo eu me arrepiava... Semelhante ao tempo que eu me arrepiava ao ouvir tua voz bem perto de mim. Lembranças estavam martelando minha cabeça, eu não deveria estar pensando nela. Isso demonstrava que eu ainda me importava, e tudo que eu queria era não me importar. Queria esquecê-la. Era o que eu tinha que fazer de vez. Eu não podia fraquejar. Não queria nem precisava de notícias tuas. Mas só de te imaginar com um outro alguém meu coração se parte em pedacinhos pequenos...

Deletar

Te deletei do meu desktop, mas como te deletar da minha lixeira pra não correr o risco de querer te restaurar?

Acho que não será tão fácil. Vou precisar me ocupar com novos arquivos pra te substituir e finalmente conseguir apertar o delete definitivo.

Mas mesmo assim, você permanecerá no meu HD. É como se lá ficassem guardadas todas as lembranças, ações, atitudes, resumindo, tudo. São coisas que jamais serão apagadas. Nem com outros arquivos substituindo, ficando por cima de você.

Só será esquecida quando o HD queimar, ou seja, quando eu parar de respirar...

Cansaço.

Já faz um tempo que venho me sentindo cansada dessa rotina que eu na verdade não sei o que é. Não digo de cansaço físico. É aquele cansaço de mim. Aquele cansaço dos mesmos sentimentos... Coisas repetitivas me mutilam de uma forma que não consigo explicar. Sinto uma necessidade de estar sozinha e ao mesmo tempo de estar com muitas pessoas ao meu redor. Mesmo tendo muitas pessoas ao meu redor, me sinto sozinha. É uma coisa difícil de explicar... Só quem sente, sabe. Por mais que eu não demonstre tanta fraqueza, fraqueza é o que mais tenho sentido. Sou uma pessoa fraca psicologicamente. Se tem uma coisa que eu deteste, é isso... Odeio a palavra fraqueza. E tenho me sentido assim. Tenho sentido tanta vontade de colocar isso pra fora, e não conseguia. Não por não ter alguém pra ouvir... E sim por não saber usar as palavras corretas. Eu nunca sei usar as palavras corretas e acabo me prejudicando sempre por isso.

Preciso sair desse meu mundo isolado, onde só vive eu, minha angústia e minha solidão.

Espontaniedade: s.f. Caráter daquilo que é espontâneo, naturalidade, facilidade.

Nunca gostei de nada forçado. Sentimento forçado, trabalho forçado, sorriso forçado, felicidade forçada, nada sai bom o suficiente. Um sentimento forçado não vai a diante. Mal consegue começar... Trabalho forçado, sai uma porcaria. Era melhor não ter nem começado também. Sorriso forçado? Dá pra notar que aquele sorriso saiu para agradar as pessoas ao redor. Aquele sorriso sem graça e amarelo. Felicidade forçada nem se fala... Isso não existe. As coisas têm que ser espontâneas. Uma fotografia espontânea é uma fotografia perfeita. Uma risada espontânea é uma coisa maravilhosa. Não existe nada melhor do que gargalhar com vontade. Não gosto de dar risada pra não deixar o amigo sem graça com aquela piada que foi um fracasso. Não gosto de sorrir se não estou com vontade.

As pessoas na verdade adoram fazer média, adoram mostrar ser uma coisa que não são para agradar a sociedade. E aonde fica a espontaneidade? Aonde fica a naturalidade de falar aquilo que pensa sem se importar com o que vão achar?

Tudo bem. Eu sei que tem aquele ditado "quem fala o que quer, ouve o que não quer". Tem certas coisas que ficar calado é uma das soluções adequadas. Mas a naturalidade é uma coisa que eu não abro mão. Fazer as pessoas sorrirem é um dos meus maiores prazeres

Naturalidade, espontaneidade, qualquer coisa do tipo me atrai. Sem mais.

Amor próprio.

Depois de tantas mágoas, de tanta dor, ela criou algum tipo de defesa onde bloqueava tudo que causasse dor e a fizesse sofrer. Depois de tanto amar e não ser correspondida, de tanto sofrer calada, ela foi substituindo todos esses sentimentos que fazia mal por algo que ajudasse à ela, e tudo que ela tinha de bom para compartilhar com outro alguém, foi acabando até que não restasse mais nada. E foi assim que ela aprendeu a ter o amor próprio. Aprendeu a se valorizar antes de querer valorizar qualquer pessoa. Aprendeu a se preocupar com ela mesmo antes de querer se preocupar com outras pessoas. Aprendeu coisas que foram ajudando cada vez mais. Muitos viram aquilo como algo egoísta, mas é uma forma de proteção que ela construiu para se defender, e acho que é isso que muitas pessoas estão precisando. De amor próprio.

I hate you.

Eu odeio você.
Na verdade, acho que odeio pensar tanto em você. Odeio gostar tanto de você e não ter você aqui comigo. Eu odeio tanto o seu jeito de ser e amo ele ao mesmo tempo. Eu odeio tanto o seu olhar quando se encontra com o meu, por que eu simplesmente sinto vontade de fazer coisas que eu não posso fazer. Eu odeio tanto o fato de não conseguir te esquecer. Odeio principalmente ver uma foto sua e ficar te achando a pessoa mais linda do mundo... Odeio ver o seu sorriso, sabendo que ele não está no seu rosto por mim. Mas isso tudo dura por pouco tempo, por que na medida em que eu começo a odiar, depois eu começo a gostar 3x mais. Você me tem na hora que você quiser, e sabe disso. Eu não peço nada em troca pra você, nunca pedi, nunca pedi para que gostasse de mim da mesma forma que gosto de tu. Eu não escolhi gostar de você, aconteceu. E eu não me arrependo. Você faz parte da minha vida, querendo ou não.